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“Um novo olhar sobre o anonimato” é como um novo e popular aplicativo de mensagens anônimas se descreve. O NGL foi criado em novembro de 2021, nos Estados Unidos, e já foi traduzido para mais 50 línguas, incluindo o português. A ideia da plataforma é fazer com que os usuários sejam honestos e compartilhem seus sentimentos e pensamentos, sem se identificar. Sua sigla significa “Not Gonna Lie” (Não vou mentir).
Desenvolvido pela inteligência artificial DeepMoji, o NGL é recomendado para maiores de 12 anos, e ocupa a posição 10 em Estilo de vida na App Store. São mais de 860 mil seguidores no Instagram, com postagens de outros adolescentes incentivando o uso do aplicativo. Para entrar na brincadeira, os usuários compartilham o link de suas contas nos stories do Instagram e recebem declarações anônimas.
Há riscos?
O que parece uma plataforma inofensiva para crianças e adolescentes se expressarem e se divertirem pode ser também perigosa, quando não há um controle efetivo do conteúdo veiculado e de quem utiliza. No site, os criadores, anônimos, afirmam utilizar a inteligência artificial de algoritmos que filtram “linguagem prejudicial” e bullying, além de detectar o significado contextual de emojis. Mas, na prática, há pouca proteção contra ameaças, difamação, stalking, divulgação de informações falsas, bem como conteúdo sexual envolvendo menores de idade.
“O público juvenil fica exposto a essa invasão da privacidade”, diz Leila Tardivo, coordenadora do Laboratório de Saúde Mental e Psicologia da Clínica Social do IPUSP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo). “A gente não sabe quem está do outro lado. Há risco de pedofilia, de exposição”, completa.
Outro problema apontado pela psicóloga é o de compartilhamento de informações pessoais, tanto dos próprios usuários quanto de suas famílias e pessoas do convívio: “Os adolescentes, pela própria adolescência, não conseguem dar conta dos riscos. Eles acham poder tudo e resolver tudo. A onipotência do adolescente é muito típica.”
No Instagram do NGL, há postagens com teor sexual e até que humorizam situações de stalking e golpe, mesmo a plataforma sendo voltada para menores de idade e esses aspectos irem contra a política de segurança da comunidade. Veja exemplos:
Segurança
Para Tardivo, o mais sensato a se fazer nesse cenário é os pais conversarem com seus filhos sobre os perigos e consequências que esse tipo de aplicativo pode oferecer sem supervisão. Ela não recomenda punir ou proibir o uso. A psicóloga também percebe a importância do diálogo nas escolas, com orientação dos professores e demais profissionais da educação infantil.
“É muito importante uma compreensão, não punição ou castigo. Promover um diálogo entre os adolescentes sobre os verdadeiros riscos que a exposição excessiva traz para o desenvolvimento da personalidade, da identidade, da saúde”, afirma Leila Tardivo.
Em caso de violação das diretrizes, o NGL recomenda:
“Qualquer mensagem considerada violação das Diretrizes da Comunidade pode ser removida a nosso critério a qualquer momento. Os usuários que violarem qualquer diretriz podem ser proibidos de usar o NGL, especialmente por reincidência ou violações particularmente hediondas. Qualquer atividade ilegal ou criminosa observada pela equipe NGL pode ser denunciada às autoridades competentes, juntamente com qualquer informação conhecida sobre o usuário infrator. Nossas Diretrizes da Comunidade podem ser atualizadas para refletir novas políticas a qualquer momento, e todas as novas atualizações entram em vigor imediatamente após a publicação”, afirma nota do NGL Safety Center.
Texto: Orbi Jornal / Canguru News
Crédito de foto: Acervo Canguru News
https://cangurunews.com.br
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