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Para quem já ouviu falar de Comunicação Não Violenta (CNV), hoje ela é considerada, segundo a internet, um tipo de metodologia baseada no uso da empatia como forma de conexão verdadeira, porém ela também pode ser considerada para muitos um tipo de conexão com a vida, algo que já vive dentro de nós.
Se a base da CNV é o uso da empatia, devemos lembrar que a empatia sempre toma dois caminhos, para fora e para dentro, ou seja, empatia com os outros e empatia com nós mesmos.
No texto de hoje vamos focar no caminho para fora. Mas você saberia dizer o que realmente é empatia?
Muitos vão dizer que é se colocar no lugar do outro, o que de fato é verdade, contudo, a empatia é um pouco mais complexa do que isso. Para entender melhor, seguem algumas perguntas norteadoras:
Podemos responder às perguntas acima relacionando-as com os valores do desenvolvimento humano de uma criança.
Como ela consegue se colocar no lugar do outro?
Com curiosidade. Todas as crianças são curiosas por natureza. Desenvolver a autonomia em sua infância aumenta o potencial criativo, consequentemente, desenvolve também a curiosidade. O interesse legítimo em descobrir o que o outro está sentindo gera uma conexão verdadeira entre os seres humanos.
Se eu me colocar no lugar do outro, sentirei o que ele está sentindo?
Você já viu alguma criança dizer para outra criança: “Eu sei o que você está sentindo, não fica assim, vai, não foi nada!”. Caso você tenha visto isso, a criança está simplesmente replicando algo que algum adulto lhe ensinou, essa frase não faz parte do universo infantil.
Porém, se você presenciar uma criança estender a mão e simplesmente acolher aquela que está triste, sem ferir a legitimidade de sentimentos da outra criança, isso é normal.
Lembre-se que isso não faz com que a criança sinta a mesma coisa que a outra, mas sim compreender que aquele sentimento é importante.
Porque eu devo me colocar no lugar do outro?
É comum que a criança, ao ver outra criança chorando, fique a seu lado - principalmente crianças maiores do lado de menores - doando seu tempo para criar a conexão mais poderosa de todas, a compaixão.
Resumindo, a comunicação não violenta pode ser uma metodologia baseada na empatia, porém, a empatia é uma mistura da curiosidade, legitimidade de sentimentos e compaixão, isso explica porque a CNV é utilizada para ajudar adultos e não as crianças.
Texto: Mauricio Maruo
Crédito de foto: Acervo Canguru News
https://cangurunews.com.br
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